sexta-feira, 17 de agosto de 2007

sobre sonhos e sentidos

De Aline Yasmin

Tenho corrido muito. Corrido suficientemente insuficiente para me ater. Quando falo ater, falo em atar, em parar, olhar, ouvir. Tinha jurado pra mim mesma que não voltaria a fazer isso. Mas, tenho um monstro dentro de mim que precisa ser ninado, enganado, convencido. Quando percebo, ele se apossa dos meus gestos e por pouco não me domina. Volto, refaço o percurso e explico pra ele - pacientemente - que CHEGA! Não tenho muito paciência às vezes, por isso não posso parar de filosofar. A filosofia me convida a ser melhor. Esse espírito me enobrece. O espírito de quem sabe que sabe pouco, que precisa saber mais e ainda assim, que nunca saberá o suficiente. Acho que esse argumento me tranquiliza porque me impede de querer superar o outro, na verdade fico mais generosa - inclusive comigo.
Saber o não saber é o suficiente para adormecer o monstro. Isso, Sócrates faz dormir. Interessante pensar que faz dormir enquanto desperta. Despertar seria então um estado de sonolência? Não a sonolência no sentido radical da palavra, mas essa paz, esse sonhar, esse estado onírico transcendente?? Já havia dito outras vezes que sonhar me desperta. Talvez nunca tenha pensado no sentido verdadeiro da premissa. Aliás, sentidos = ilusões (David Hume); verdade = razão (Kant)...parece-me incoerente. Filosofar...quer saber? Quero definir meus sentidos - plenos e impuros. Hoje como devem perceber, estou "bem" contraditória.
Bem? Isso é Bom? Acho que preciso dormir. Quem sabe assim, eu volte a realidade.?!

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