quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Um Belo Retrato

Por Simone Couto

É fácil retratar o corpo, transformá-lo em um belo retrato. Difícil é desenhar a alma do outro. Há de se ter permissão e raramente quando ela é concedida. Na maior parte do tempo, ao obtê-la, o artista não falha em se envolver e decifrar os mapas invisíveis da alma. Exige tempo e o desejo de abraçar o invisível, o não palpável, aquilo que não é obvio. Para desenhar a alma alheia, há se despir também, deixar para trás a couraça feita de velhos hábitos, de amores routineiros, causas passadas. O desconhecido assusta enquanto que o familiar conforta. Agora, quando o artista desisti e comete um ato falho, qual alma estará o artista traindo? A do outro ou a própria?

Um comentário:

ALINE YASMIN disse...

minha amiga querida,

minha filósofa...acredito que o artista sempre retrate a si mesmo ou o seu olhar...nada mais subjetivo que o olhar do artista.
bj´s
te adoro...saudades!