domingo, 6 de janeiro de 2008

Volver

De Bruno Vaks

Estou me especializando em começar a pensar muito quando corro. Não sou medico, muito menos cientista ou geneticista para entender o que passa com a cabeça. Excesso de sangue no cérebro, estomago chacoalhado, pernas em movimento, umas das milhares de “inas” trabalhando. O fato é que me veio um assunto interessante que muitos deixam de exercer, porque trazem saudades, malefícios do sentimento que fica preso com garras sobre nossas entranhas.

Para falar a verdade, não chega a ser um assunto, muito menos uma questão. O que me instiga e me questionou ontem por cerca de trinta minutos pois o verbo “voltar”. Deswcobri uma coisa sensacional a respeito. Eu devo ser uma das milhões de pessoas que não gosta desse verbo. Descobri correndo. Enquanto a ida me satisfaz plenamente, me faz alcançar o objetivo pré-definido, a volta é um martírio, uma chatice. Na ida, você quer desbravar coisas, utilizar todo o seu limite como pessoa, testar suas capacidades e tudo que tem direito. Na volta, acontece o contrario, você não desbrava nada, sabe que o ponto de chegada é igual ao ponto de partida e a única coisa que mudou foi o meio. E confesso, dá uma preguiça danada.

Olhem, que o exemplo dado foi somente da corrida. Ë desestimulante. Dá vontade de parar. Agora repassem para a volta de uma viagem. Se você não faz esforço, nem nada, já vem aquele dorzinha no estomago, chamada saudade. Imaginem fazendo esforço. A ida é uma alegria, excesso de expectativas, de vontades e de expressões diversas. É so reparar numa rodoviária ou aeroporto. O semblante das pessoas é tão diferente. Na ida todos felizes e calmos. Já na volta, aquela pontinha de saudade e a afobação para se sair do avião. Tudo para tentar levar a maximo aquela sensação mágica das férias ou do descanso. Por isso que todos ficam nervosos para saírem o mais rápido do avião e não ter que ficar amargurando aquele ultimo período de férias que está por acabar. A noite da chegada que é de reenconro acaba apaziguando a diferença de humor. Mas fique tranqüilo, que as recordações sempre serão bem vindas e ficarão presentes na memória e se não ficarem, ficam em fotos.

Mas ao mesmo tempo, que voltas são tristes, podem questionar que as voltas boas. Só me lembrei de uma ate agora. À volta de uma doença. A ida você não sente, e quando vê, já está enfurnado, sofrendo horrores, preocupando com sua vida. Quando você melhora, é um alivio e confesso, você vai esquecendo diariamente.

Uma outra, que pode ser tanto boa ou má, é uma volta num relacionamento. Se os dois estiverem feridos e acharem melhor que isso aconteça, parabéns!, fizeram a coisa certa. Mas que não seja uma volta forçada, por não terem encontrando o caminho correto para se reerguer e iniciar desse meio, outra “ida”. Essas voltas podem durar anos, passar por enumeras idas e voltas, ate chegar a famigerada volta, que muitas vezes terminar numa ida eterna. Ate o fim de nossos dias.

Nem sei quem tem opinião formada sobre isso, mas juntamente com os outros irei trabalhar para que a volta não seja uma coisa angustiante, traumática e sem vontade. Que a volta se torne uma ida menos leve, com desafios e aprendizados para que na próxima ida você tire de letra, a dificuldade perpetua da volta.

Um comentário:

Aline Yasmin, Bruno Vaks e Simone Silveira disse...

é meu amigo, nem tudo tem volta...e se fosse volta, voltar nunca é o mesmo caminho da ida...bj´s. aya